Amigos,
como alguns já sabem, estou me dando umas férias a partir deste fim de semana. Por conta disso, estarei ausente do blog até setembro. Vou para a Argentina e espero trazer muitas novidades da terra dos nossos hermanos! Na volta eu conto o que vi por lá.
Um beijo grande e até a volta!
Dani (Chilli).
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
terça-feira, 17 de agosto de 2010
A vez dos homens: Clássico Moderno masculino para ocasiões formais
Galera,
como muita gente tem comentado sobre o último post, vou dar uma idéia de visual para os homens.
Gravata sempre é uma coisa controversa. Ela sempre nos lembra ocasiões formais e não é raro ouvir um homem dizendo "mas eu vou ter que ir de gravata?". A gravata é um símbolo de elegância, demonstra preocupação no bem vestir, mas nem sempre é querida pelos homens, principalmente os mais jovens.
Há pouco tempo atrás, passei por um desafio com um amigo meu, Fabner Duarte. Ele tinha um casamento para ir e topava tudo, mas queria ver se não podiamos eliminar a gravata. O casamento era de um primo, às 11 da manhã, com recepção ao ar livre em lugar frio: Juiz de Fora. Tive então que pensar em um visual elegante, moderno (o meu cliente é ator e jovem) e ao mesmo tempo não tão sisudo. Ele até topava a gravata se necessário, mas ela foi a minha segunda opção. O resultado está na foto abaixo.
como muita gente tem comentado sobre o último post, vou dar uma idéia de visual para os homens.
Gravata sempre é uma coisa controversa. Ela sempre nos lembra ocasiões formais e não é raro ouvir um homem dizendo "mas eu vou ter que ir de gravata?". A gravata é um símbolo de elegância, demonstra preocupação no bem vestir, mas nem sempre é querida pelos homens, principalmente os mais jovens.
Há pouco tempo atrás, passei por um desafio com um amigo meu, Fabner Duarte. Ele tinha um casamento para ir e topava tudo, mas queria ver se não podiamos eliminar a gravata. O casamento era de um primo, às 11 da manhã, com recepção ao ar livre em lugar frio: Juiz de Fora. Tive então que pensar em um visual elegante, moderno (o meu cliente é ator e jovem) e ao mesmo tempo não tão sisudo. Ele até topava a gravata se necessário, mas ela foi a minha segunda opção. O resultado está na foto abaixo.
Fabner sentindo o friozinho do inverno na maior classe!
Vamos analisar:
A primeira idéia foram peças e cores clássicas. O tom escolhido foi o azul e o visual é ton sur ton. Tenho azul claro na camisa de manga comprida, azul marinho bem escuro na calça social risca de giz marca d'água e azul marinho médio no suéter.
A segunda foi burlar o frio. O suéter de cashmere é quente e o material é sofisticado. O modelo não deixou a camisa empapar por baixo, o que não criou marcas estranhas no visual. O caimento ficou perfeito.
O sapato é moderno, mas com toque clássico. É escuro e de couro.
O grande trunfo foi o cachecol. Já usado há muito tempo na Europa, o cachecol escolhido é uma peça bonita, de excelente qualidade e o grande trunfo: a cor predominante é o azul, mas há pequenas listras com outros tons de cinza e mostarda, o que permite que seja combinado com outras peças nestes tons e ainda assim continuar harmonioso. O bacana foi a amarração feita. Ela disfarça a falta da gravata e aquece o pescoço do ar frio do dia (a festa foi durante o inverno).
Ainda dei a idéia de ele levar o paletó, caso precisasse de um aquecimento extra.
Um trabalho que o Consultor de Imagem tem é montar um visual legal sem gastar muito. No caso do meu cliente e amigo, nós só compramos o sueter e o cachecol e montamos algo totalmente novo. O melhor é que ainda aproveitamos as promoções de inverno prá investir em peças clássicas. Ele pode fazer dezenas de outras montagens trocando algumas peças e ainda transmitir a mensagem correta, de acordo com o ambiente e a ocasião.
Estilo é isso aí: saber usar o que se tem prá criar um visual novo a cada dia! Não cair na mesmice jamais!
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Clássico... e só! (ou como o caimento muda a roupa)
Vejam bem essa foto e me digam o que faz a roupa ser tão bonita.
Descobriram? São duas coisas:
1º)São todas peças clássicas.
2º)São todas peças de qualidade.
Vejam o caimento das peças. Perfeitamente ajustadas. Nada muito largo nem muito justo, nada sobra, nada empapa. É assim que uma roupa deve ficar no corpo. Se você comprar uma peça e ela não cair assim, só restam duas alternativas: apelar para a costureira ou passar a peça prá frente.
Uma vez aconteceu de eu ir a um casamento e encontrar uma menina com o vestido exatamente igual ao meu. A diferença é que o meu ficava lindo e parecia mais caro do que era e o dela parecia um vestido barato. O ponto é que ao comprar, eu experimentei com calma, conversei com a costureira da loja (Graça Otoni) e fiz todos os ajustes necessários. Ficou parecendo que ele tinha sido feito no corpo. Já a outra moça não fez e o vestido sobrava para todos os lados, o que fez parecer que a roupa nem era dela (e talvez nem fosse mesmo).
1º)São todas peças clássicas.
2º)São todas peças de qualidade.
Vejam o caimento das peças. Perfeitamente ajustadas. Nada muito largo nem muito justo, nada sobra, nada empapa. É assim que uma roupa deve ficar no corpo. Se você comprar uma peça e ela não cair assim, só restam duas alternativas: apelar para a costureira ou passar a peça prá frente.
Uma vez aconteceu de eu ir a um casamento e encontrar uma menina com o vestido exatamente igual ao meu. A diferença é que o meu ficava lindo e parecia mais caro do que era e o dela parecia um vestido barato. O ponto é que ao comprar, eu experimentei com calma, conversei com a costureira da loja (Graça Otoni) e fiz todos os ajustes necessários. Ficou parecendo que ele tinha sido feito no corpo. Já a outra moça não fez e o vestido sobrava para todos os lados, o que fez parecer que a roupa nem era dela (e talvez nem fosse mesmo).
A dica é: quando comprar uma roupa, analise bem seu caimento e material. No caso de um blazer, abotoe todos os botões prá ver se não enruga. Com as calças, observe se não se formam linhas horizontais. Pode ser um sinal de que estão muito justas. Neste caso, peça um número maior e faça os ajustes necessários. Muitas vezes é o caimento que faz a roupa parecer cara e não a marca.
Nada de preguiça! Ela pode custar sua imagem.
Falando de cores, Consultoria e relembrando o post de ontem
Ontem eu fiz um post sobre esmaltes e falei do verde-água. Falei e fiquei encucada. Aquela cor seria mesmo a cor que eu disse que era? Quando cheguei em casa, peguei o vidro de esmalte, a revista Elle, o anúncio da Arezzo e as minhas paletas sazonais para analisar cor por cor.
Primeiro olhei os tons de azul e como eu desconfiava, nenhum bateu com os tons analisados. Depois passei para os verdes e novamente a mesma confirmação. Foi aí que tentei os tons turquesa, que estão entre o azul e o verde e encontrei na paleta inverno o tom perfeito!
Explicando para quem não conhece: o Consultor de Imagem, antes de definir um guarda-roupa para seu cliente, precisa fazer algumas análises da pessoa. Fazemos entrevistas para conhecer seu ritmo de vida, seus gostos e seus hábitos. Depois disso, fazemos um estudo do tom de pele. Não é simplesmente dizer "você é branco, você é negro, você é pardo", a coisa vai mais além. Nós analisamos o subton de pele com o material apropriado (lupa e lâmpada especial, por exemplo) e definimos em qual estação a pessoa se encontra. Assim como na natureza, temos o Inverno e o Verão que são as estações de cores frias (ex: subton de pele azul) e o Outono e a Primavera que são as estações de cores quentes (ex: subton de pele dourado). Nada impede que uma pessoa branca e loura e outra pessoa negra de cabelos pretos sejam azuis. As duas também poderiam ser douradas. Isto depende de alguns elementos biológicos. Mais adiante farei um post explicando direitinho como isso funciona.
Primeiro olhei os tons de azul e como eu desconfiava, nenhum bateu com os tons analisados. Depois passei para os verdes e novamente a mesma confirmação. Foi aí que tentei os tons turquesa, que estão entre o azul e o verde e encontrei na paleta inverno o tom perfeito!
Explicando para quem não conhece: o Consultor de Imagem, antes de definir um guarda-roupa para seu cliente, precisa fazer algumas análises da pessoa. Fazemos entrevistas para conhecer seu ritmo de vida, seus gostos e seus hábitos. Depois disso, fazemos um estudo do tom de pele. Não é simplesmente dizer "você é branco, você é negro, você é pardo", a coisa vai mais além. Nós analisamos o subton de pele com o material apropriado (lupa e lâmpada especial, por exemplo) e definimos em qual estação a pessoa se encontra. Assim como na natureza, temos o Inverno e o Verão que são as estações de cores frias (ex: subton de pele azul) e o Outono e a Primavera que são as estações de cores quentes (ex: subton de pele dourado). Nada impede que uma pessoa branca e loura e outra pessoa negra de cabelos pretos sejam azuis. As duas também poderiam ser douradas. Isto depende de alguns elementos biológicos. Mais adiante farei um post explicando direitinho como isso funciona.
Esta explicação foi para dizer que cada estação tem sua Paleta Sazonal, uma cartela de cores que realça o tom de pele da pessoa. Para dar um exemplo de como isso funciona, vou contar algo que aconteceu comigo.
Eu sempre gostei de vermelho. É a minha cor preferida, sem sombra de dúvida. Sempre usei roupas neste tom e há uns anos atrás comecei a usar batom vermelho em algumas ocasiões. Tinha ganhado um do meu pai, lindo! da Helena Hubenstein. O problema e que eu passava o batom e não gostava. Sempre achava estranho. Era um vermelho mais aberto e nunca ficava à vontade. Dei o batom prá minha mãe e ela ficou linda. Achei que batom vermelho não era prá mim.
Os anos se passaram e decidi que eu encontraria um batom vermelho que me caísse bem. Comprei vários, testei os da minha mãe, fuçei até encontrar um que me atendesse. Consegui um cereja da Maybelline. Ficou perfeito e todo mundo elogia quando eu uso. Foi aí que me caiu a ficha: prá mim vermelho é frutado, fechado, puxando pro vinho. Tons abertos e mais alaranjados não me caem bem. Quando comecei o curso de Consultoria e descobri meu tom de pele, vi que eu estava correta: verdes escuros, fúcsias e rosas pálidos, vermelhos, borgonhas, púrpuras e azuis claros me caem bem. Aí eu descobri outra coisa. As pessoas naturalmente percebem as cores que as valorizam mais e as que não. Isso não é unanimidade, mas a maioria consegue distinguir. Não sabem explicar bem o por quê, só dizem que gostam ou não desta ou daquela cor. Bacana, né?
Então voltemos ao esmalte lá de cima. Depois de muito pesquisar, vi que a cor é na verdade um tom turquesa. Não é o que a gente lembra imediatamente quando pensa na cor. Turquesa geralmente vem mais azulado à memória. Este é realmente mais esverdeado, aquoso, diferente do turquesa que bombou no último verão. Moda é assim mesmo, as coisas vão sofrendo mutações até se transformarem em outras. O ser humano não gosta de mesmice, precisa ter sempre novidade e é por isso que a moda é tão inconstante. Hoje é rocker, amanhã é rockabilly depois de amanhã é lady like, porque a gente cansa de tanto preto e cabelo chapado. Depois a gente vai achar graça no topete e nas ondas e por fim detestaremos as caveiras e amaremos os corações e os laços.
É por isso que corrijo a última frase do post de ontem: Turquesa e verde-água... Invista já!
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Unha da semana!!!
Galera,
a unha que fiz essa semana tem feito tanto sucesso que resolvi postar aqui. Minha manicure a chama de unha espanhola: são duas cores dividindo a unha em diagonal. Eu usei o rosa Pink Star da Avon e o Sereia da Impala. O rosa tem um tom forte, um pouquinho puxado para o fúcsia e o verde tem um tom água, não se parece ao verde da Chanel que tanto sucesso fez há um tempinho atrás. Tem gente que diz que é um azul, mas quando você olha o Marina da Impala, vê que ele é verde. O Sereia tem cara de verão e acho que é uma cor que promete na próxima estação!
A mão da semana!
Esmalte Pink Star da Avon e Sereia da Impala
Aliás, vi essa cor mais duas vezes esta semana. Na capa da revista Elle Brasil deste mês e na campanha da Arezzo verão 2011.
Capa revista Elle Julho 2010
Campanha Arezzo verão 2011
Verificando meus arquivos de imagem, ainda encontrei a mesma cor no desfile de Verão 2011 da Isabela Capeto.
Verde água... invista já!!!!
Blog Internacional de moda afirma que o Brasil é a terra das oportunidades
"Depois do “WWD” e das revistas “Economist” e “Wallpaper” agora foi a vez do blog The Business of Fashion ressaltar o boom do mercado de moda em solo verde e amarelo. “Algo especial está acontecendo no Brasil”, escreveu Suleman Anaya que esteve em São Paulo durante a última edição do SPFW. “O país está conquistando seu espaço no cenário global, sendo que a moda tem um grande papel nesta ascensão”.
Na matéria publicada no dia 5 de agosto, Suleman aponta como o Brasil tem se mostrado como terra de grandes oportunidades para grifes como Diane Von Furstenberg, Missoni, Chanel, Louis Vuitton e Gucci _que investem no mercado brasileiro. Um dado interessante da matéria é que, segundo porta-voz da Gucci, a loja de São Paulo -localizada no Shopping Iguatemi- foi uma das que mais lucrou no ano passado.
Na matéria publicada no dia 5 de agosto, Suleman aponta como o Brasil tem se mostrado como terra de grandes oportunidades para grifes como Diane Von Furstenberg, Missoni, Chanel, Louis Vuitton e Gucci _que investem no mercado brasileiro. Um dado interessante da matéria é que, segundo porta-voz da Gucci, a loja de São Paulo -localizada no Shopping Iguatemi- foi uma das que mais lucrou no ano passado.
O blog aponta como alavancas para esse sucesso o favorável cenário econômico -resultado de um clima político e social razoavelmente estável-, o crescimento da classe média e o aumento da renda nacional (ainda que com grande índice de desigualdade), e a própria cultura brasileira que, segundo o jornalista, ajudou a construir um certo apuro estético e de qualidade no consumidor nacional.
Além de falar sobre marcas internacionais fincando raízes no Brasil, a matéria ainda cita o crescimento da moda feita por aqui, destacando que uma das maiores virtudes da moda brasileira é que ela é praticamente autossustentável. Ou seja, só o nosso mercado interno já dá conta de movimentar as engrenagens da indústria. Isso também contribui para que marcas locais comecem a estudar planos de internacionalização.
Suleman faz o contraponto citando a alta taxa de importação e exportação como um dos principais problemas a serem resolvidos tanto para grifes nacionais, como para o próprio consumidor brasileiro".
Matéria retirada do site: FFW.com.br
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Acho que muito desse sucesso está no deslumbramento que o brasileiro tem pelo que vem de fora. É o famoso status. Concordo com tudo o que ele disse, mas acredito que o grande motivador deste estouro das compras de grandes marcas seja este. A distribuição de renda no país é muito desigual e ainda assim a Gucci fatura mais aqui do que na Itália ou nos EUA? É difícil imaginar, mas não me custa muito acreditar. Em um país em que empregada doméstica não passa a semana sem fazer escova duas vezes por semana no salão, faz também as unhas e só usa tênis Nike e Adidas, como mostrado ontem em matéria do Jornal Estado de Minas, nada nesta matéria é de se estranhar. Bom para as empresas estrangeiras que só têm a ganhar aqui. Espero que o mesmo lucro também possa ser desfrutado por empresas nacionais.
Aliás, se pensamos bem, o preço que pagamos por uma calça jeans Cavalera muitas vezes é maior que o preço de uma calça jeans Calvin Klein.
Entre uma marca nacional e uma internacional, com qual você ficaria?
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Muito Karl!
Camiseta- desejo da K Karl Lagerfeld! O kaiser, com sua pompa inconfundível, jaqueta perfecto e a frase "Last Rocker"... So true! Eu quero!!!
Laetitia Casta na capa da Vogue Rússia
Este mês a Vogue Rússia tem a deslumbrante Laetitia Casta na capa e também em um ensaio bem retrô. O ensaio é do badalado fotógrafo Matt Irwin e as roupas são das grifes Balenciaga, Miu Miu, Jean Paul Gaultier, Prada e Alberta Ferretti. Eu adorei os tons suaves! Parece sorvete, não é?
O styling é de Simon Robins e lembra um pouco a Maria Antonieta. Todas francesas, no final... Vejam que os looks têm um ar meio 60' com cardigãs e lenços no pescoço. Será que é uma aposta para o nosso inverno 2011? Logo saberemos. Os laços, os colares longos e os cintos de metal e couro seguem firmes. Prá continuar usando por muito tempo ainda!
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Errata post FIT 2010
Pessoal!
Postei há alguns dias a notícia sobre o FIT e os shows que ocorrerão na mostra Movimentos Urbanos. Houve uma alteração e o show da banda Pelos de Cachorro ocorrerá às 21h e não mais às 22h, como dito inicialmente.
Reprogramem-se, ok?
Adoniran Barbosa - 100 anos
Adoniran Barbosa (06.08.1910 - 23.11.1982)
Há exatamente 100 anos atrás nascia João Rubinato, um filho de imigrantes italianos no interior de São Paulo. João largou os estudos ainda menino e foi trabalhar cedo prá ajudar a família. Seus pais até alteraram sua certidão de nascimento prá que ele pudesse pegar no batente mais cedo. Foi tecelão, balconista, pintor de paredes e até garçom.
No começo dos anos 30 começou a frequentar os programas de calouros da Rádio Cruzeiro do Sul, em São Paulo e tanto tentou que acabou ganhando um concurso em 1933, cantando a música "Filosofia" de Noel Rosa. Foi assim que ele começou sua carreira de cantor e logo de compositor.
No meio desse sucesso alcançado tinha um problema. João Rubinato não era nome de sambista! Foi aí que ele se recriou. Pegou emprestado o Adoniran de um amigo e o Barbosa do sambista Luiz Barbosa e assim surgiu um dos nomes mais queridos do samba: Adoniran Barbosa.
Com a nova alcunha, Adoniran cantou a vida de gente muito simples. Situações do dia a dia ganharam ritmo e ficaram prá sempre na memória. Quem não ficou bravo com o Arnesto que saiu e não esperou a galera prá festa sem nem deixar um bilhete dizendo que não deu prá esperar (assinado em x porque Arnesto não sabia escrever)? Ou não ficou aflito de ver que o trem das 11 já estava prá chegar? Ou mesmo se compadeceu da dor pela morte de Iracema. Ah, saudosa maloca!
Adoniran, com suas letras extremamente simples e cantadas com o linguajar do povo, conquistou muitos corações, fez muita gente rir e chorar. Aliás, a linguagem usada é bem interessante: os erros de português são recorrentes. Adoniran dizia que "pra escrevê uma boa letra de samba a gente tem que sê em primeiro lugá anarfabeto".
Adoniran gravou três discos e faleceu em novembro de 1982. Morreu quase sozinho, tendo somente a companhia de sua mulher e sua cunhada. Morreu pobre e quase esquecido e essa é uma coisa que me entristece. As pessoas que realmente criam a música, entre outras artes, muitas vezes são apagadas da memória, como se não tivessem dado uma grande contribuição à nossa cultura. Me dói pensar que com Adoniran, assim como com muitos outros foi assim.
Paciência, Adoniran, paciência!
Uma de suas frases à respeito da cidade que amou e cantou dizia "Até a década de 60, São Paulo ainda existia, depois procurei mas não achei São Paulo. O Brás, cadê o Brás? E o Bexiga, cadê? Mandaram-me procurar a Sé. Não achei. Só vejo carros e cimento armado." Acho que ele se foi com a dúvida.
Em homenagem à grande beleza de suas músicas e sua vida, deixo um vídeo de 1978 da música Iracema (minha música preferida) com Adoniran Barbosa e Elis Regina. A letra segue abaixo. Ao fim do vídeo Elis canta "Saudosa Maloca" e convida Adoniran para ir à uma boate ver o show de Rita Lee. Imperdível!
Iracema, eu nunca mais eu te vi
Iracema meu grande amor foi embora
Chorei, eu chorei de dor porqueIracema, meu grande amor foi você
Iracema, eu sempre dizia
Cuidado ao travessar essas ruas
Eu falava, mas você não me escutava não
Iracema você travessou contra mão
E hoje ela vive lá no céu
E ela vive bem juntinho de nosso Senhor
De lembranças guardo somente suas meias e seus sapatos
Iracema, eu perdi o seu retrato.
- Iracema, fartavam vinte dias pra o nosso casamento
Que nóis ia se casar
Você atravessou a São JoãoVeio um carro, te pega e te pincha no chão
Você foi para Assistência, Iracema
O chofer não teve curpa, IracemaPaciência, Iracema, paciência
E hoje ela vive lá no céu
E ela vive bem juntinho de nosso Senhor
De lembranças guardo somente suas meias e seus sapatos
Iracema, eu perdi o seu retrato
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Wyclef Jean for President!
Só faltava essa! O rapper americano Wyclef Jean agora quer ser presidente do Haiti. Depois do terremoto ocorrido no país em janeiro deste ano, Jean se mobilizou tanto para ajudar o país que agora quer mais: quer governá-lo. Ele diz que a situação é muito grave e que já pensava em se candidatar, mas não agora. O terremoto só adiantou a decisão.
Lendo a entrevista do rapper em seu blog, vi que ele tem aquela visão romântica do governante. Ele quer fazer muita coisa, uma verdadeira transformação num país que vive na miséria e no abandono há muito tempo. Fico me perguntando... como ele fará este milagre? De onde virá tanto investimento? Ele acredita que os americanos continuarão ajudando sempre, mas eu não contaria com isso. Infelizmente este ano temos visto muitas tragédias e eu acredito que se acontece algo pior em outra parte (Deus queira que não, mas tudo é possível), o foco provavelmente mudará e isso pode acarretar o esquecimento do povo do Haiti. Se ele vai basear sua candidatura no que ele acredita e gostaria que os americanos fizessem, é melhor desistir por aqui. Não se baseia a candidatura à presidência de um país no apoio que se espera que outro país possa dar.
Lendo a entrevista do rapper em seu blog, vi que ele tem aquela visão romântica do governante. Ele quer fazer muita coisa, uma verdadeira transformação num país que vive na miséria e no abandono há muito tempo. Fico me perguntando... como ele fará este milagre? De onde virá tanto investimento? Ele acredita que os americanos continuarão ajudando sempre, mas eu não contaria com isso. Infelizmente este ano temos visto muitas tragédias e eu acredito que se acontece algo pior em outra parte (Deus queira que não, mas tudo é possível), o foco provavelmente mudará e isso pode acarretar o esquecimento do povo do Haiti. Se ele vai basear sua candidatura no que ele acredita e gostaria que os americanos fizessem, é melhor desistir por aqui. Não se baseia a candidatura à presidência de um país no apoio que se espera que outro país possa dar.
Isto seria irresponsabilidade.
Não seria melhor criar uma ONG???
Para saber mais:
terça-feira, 3 de agosto de 2010
10ª Edição do FIT - BH
Começa dia 5 de agosto, quinta-feira próxima, a 10ª edição do FIT - BH , Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte. Teremos várias opções de peças nacionais e internacionais, muitas delas gratuitas, espalhadas por toda a cidade. As peças realizadas em espaços fechados têm preços bem acessíveis (R$12 meia e R$ 24 a inteira) à venda em vários postos da cidade, como o Mercado das Flores, na Av. Afonso Pena.
Prá começar e encerrar muito bem o evento, teremos a Mostra Movimentos Urbanos. "A mostra contempla apresentações de artistas e grupos representantes da cultura popular tradicional e contemporânea da cidade. O tradicional Ponto de Encontro continua sendo um espaço de convivência entre os atores e o público", dizem os organizadores.
Meu amigo Robert Frank, da banda Pelos de Cachorro, me passou a programação dos shows (e ele vai tocar também!). Acompanhem e compareçam!
"A banda Pelos de Cachorro se apresenta na 10ª Mostra Movimentos Urbanos, integrante da programação do Festival Intenacional de Teatro - FIT 2010. Serão dois shows! O primeiro deles acontece nesta sexta-feira, 06/08, às 22h na R. Guaicurus... (esquina com R. da Bahia).
O FIT-BH promoverá nesse local apresentações musicais e uma praça de alimentação voltada para todo o público do evento. Um ponto de encontro entre os artistas e o público do festival. Programação Gratuita.
No dia 14/08 o show acontece no Espaço CentoeQuatro (Praça Ruy Barbosa 104 – Centro), e contará com a seguinte programação: ECCE HOMO – AUDIOVISUAL; Performance COLAR ELIZABETANO; PELOS DE CACHORRO – Show musical; GRAVEOLA E LIXO POLIFONICO - Show musical; MUNDO LIVRE S/A – Show Musical e ALEXANDRE DE SENA – DJ".
As apresentações terão início às 19:30h.
Os ingressos custam R$ 15.
Os ingressos custam R$ 15.
Acontecerão ainda outras atividades como mostras, workshops e debates.
Para saber de toda a progrmação, acompanhe o site especial http://www.fitbh.com.br/2010/
Não percam!
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Música no metrô de São Paulo
A CPTM - Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - lançou um projeto fantástico para alegrar seus passageiros. O projeto se chama "Piano na Estação" e consiste em deixar a cada semana um piano em alguma das estações do metrô à disposição de quem quiser tocá-lo. Qualquer pessoa pode se sentar no banquinho, sabendo ou não dedilhar as teclas.
A inspiração veio dos projetos que vemos na Europa e Estados Unidos, países em que músicos são contratados para tocar nas estações para ajudar a relaxar os passageiros.
Partindo dessa idéia, em outubro de 2008 foi lançado o projeto ‘Toque-me, sou teu!’, do artista inglês Luke Jerram em parceria com o SESC-SP, mudando o cotidiano dos paulistanos.
"Durante 10 dias, 8 pianos foram espalhados pela cidade com a idéia de que todo mundo participasse e desse uma palhinha do que soubesse.
Ao término do projeto a CPTM recebeu 2 pianos. Um deles tem ‘residência fixa’ e está no saguão de acesso à estação da Luz, na entrada ao lado do Parque da Luz.
O outro é itinerante e já passou pelas estações Santo Amaro (Linha 9), Santo André (Linha 10) e Granja Julieta (Linha 9)".
O bacana é que muitas vezes a música parte de quem menos se espera: vendedores ambulantes, cozinheiros, estudantes de escolas públicas. Pessoas que talvez nunca tenham a chance de ter um piano de cauda em casa, mas que se sentem um pouquinho donas do maravilhoso piano que encontram na estação da Luz. É o momento em que podem se sentir verdadeiros artistas, que podem relaxar da correria do dia a dia, que se sentem mais especiais. Muitos revelam que passam o dia ansiosos pela hora da volta da casa e esperam pacientemente na fila, só para poder tocar um pouco. O mais interessante é que a musicista que acompanha o projeto comenta que a maioria das pessoas que participam nunca tiveram aula. Isso mesmo! Elas tocam de ouvido.
Este projeito ainda rendeu frutos: alguns destes pianistas anônimos foram convidados a gravar um CD, com direito a foto no encarte e um pouco da sua história contada ali.
Idéia fantástica. Uma gentileza urbana. Parabéns à CPTM pela grande iniciativa!
Para acompanhar o projeto e saber onde estão os pianos itinerantes, veja o site:
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