sábado, 16 de abril de 2016

Búzios estão na moda

Toda nova temporada de moda traz algum elemento que vemos exaustivamente repetidos em várias coleções mundo afora. Nesta primavera/verão apareceu um item bem brasileiro na passarela da Têca, que já vinha bombando lá fora e não parece querer desaparecer por agora: os búzios.

Conchinha fácil de encontrar nas peças hippies que vemos vendidas pelas ruas, ou mesmo nos acessórios que os ambulantes vendem na praia, ela agora vem apresentada em itens de bom gosto e até em em prata ou ouro.

Se você não acredita que os búzios viraram uma febre mundial, veja essas fotos do instagram postadas nesta semana:








Enquanto isso, aqui no Brasil:




Têca verão 2016

Embora a foto seja de um rapaz usando, a peça em prata é unisex, da Cohn

Não duvide que as peças inspiradas nos búzios ainda têm muita bossa para desfilar por aí, mesmo no inverno. Se jogue!

segunda-feira, 14 de março de 2016

Ovos de páscoa pra lá de luxuosos



Páscoa chegando, hora de trocar ovos com as pessoas que amamos e por isso vamos atrás das novidades. 

Hoje descobri duas parcerias fashion da Kopenhagen como apostas para uma páscoa bem sofisticada: Le Lis Blanc e Pandora.

A marca nacional, foi encarregada de criar um ovo com estampa exclusiva, além de uma nécessaire em tecido como presente. Já está esgotado no site.





A caixa especial da dinamarquesa Pandora traz um ovo em camadas de chocolate ao leite, chocolate aromatizado de caramelo, pedaços de macadâmias, pistaches e cristais de caramelo, com decoração em chocolate amargo. Ainda há uma gaveta com bombons de chocolate ao leite com avelã e amargo com recheio de baunilha, mas o grande presente é o famoso bracelete em prata da marca, com fecho em forma de coração. Sai por R$ 462. O mesmo bracelete na loja da marca sai a R$285.





Nas imagens apresentadas o bracelete aparece com um pingente de coelho e fecho tradicional. As informações que postei acima foram retiradas do site da marca de chocolates, então pode ser que o brinde mude de região para região.


O brinde prometido no site da marca é este:



segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Renda-se a esta beleza

Dentre as muitas heranças portuguesas que carregamos desde a colonização, uma das mais bonitas é a tradição das rendas. Essa arte de tecer criando tramas e desenhos rebuscados com linha nos foi trazida de além-mar e absorvida pela nossa cultura, tornando-se um elemento rico de arte e beleza.

Na moda, nem sempre ela aparece, mas se você for ao nordeste ou ao sul, verá que essa tradição segue sempre viva no litoral do país.

Falamos muito sobre rendas francesas, mas você conhece as rendas brasileiras?

A renda de Bilro é muito conhecida no sul do país, principalmente em Santa Catarina, mas também pode ser encontrada no nordeste. Sobre a almofada é preso um papel que será perfurado com alfinetes ou espinhos para fazer a marcação do desenho. Os fios, presos nos bilros (bastões de madeira) são trançados sobre o desenho.

Foto: Marcos Muzi








A renda Irlandesa, declarada Patrimônio Cultural do Brasil pelo IPHAN em 2009 é de encher os olhos. Como ela usa fita, além dos fios trançados, adquire uma cor e um brilho que surpreendem quem a vê. Ela também é feita sobre um molde de papel. Ela é mais encontrada em Sergipe e na cidade de Santa Rosa de Lima, no mesmo estado, são usadas fibras de bananeira para criar a renda.






A renda Frivolité, como o nome sugere, provavelmente surgiu na França. Aqui também a conhecemos pelos nomes Espiguilha, Pontilha ou Rendilha. Diferentemente das outras, essa renda não usa nenhum tipo de apoio, mas sim os dedos e uma agulha (navete). Segura-se a linha e se movimenta a agulha formando os fios. É mais comum em São Paulo, Paraná e Piauí.





A renda Filé é também conhecida como renda de pescador. Suas origens vêm da Pérsia e do Egito, mas foi trazida ao Brasil pelos portugueses. Ela é feita sobre uma base que lembra uma rede de pescar presa a um bastidor para ficar firme no lugar. A agulha usada se parece à agulha usada por pescadores para tecer suas redes, por isso se diz que "onde há pesca, se faz filé". É encontrada mais comumente em Alagoas e no Ceará.





A renda Nhanduti (Ñanduti) ou Tenerife, tem sua origem na Espanha, na ilha de Tenerife, nas Canárias. Foi trazida para a América e no Paraguai ganhou o nome guarani Ñanduti, que designa a teia de aranha, radial e circular como o desenho dessa renda. Ela é feita em um tear circular e depois os círculos são emendados para criar a peça desejada. É mais encontrada na região Sul e no estado de São Paulo.




A renda Renascença, como o próprio nome sugere, surgiu no periódo renascentista na Itália. Alguns historiadores apontam para uma origem árabe, mas nada foi determinado ainda. A renda foi trazida para o Brasil durante o século XVIII. Ela é tecida com agulha e linha utilizando uma fita como suporte, presa ao molde onde fica o desenho da renda. Podemos encontrá-la em Pernambuco e na Paraíba. Essa é a renda mais adorada por noivas, por ser uma das mais delicadas.






Infelizmente, o trabalho manual ainda é muito pouco valorizado no país e a tradição da renda pode se perder. Muitas pessoas não conseguem perceber que a renda que a máquina faz em poucas horas leva dias e até meses para ser feita à mão. É um trabalho minucioso, perfeito, único que carrega toda uma tradição cultural, uma riqueza de detalhes, histórias de uma vida e do nosso próprio país. Quando tiver a oportunidade de ver uma renda dessas ao vivo, ative todos os seus sentidos, para enxergá-la como o tesouro que ela é.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Pensando a escravidão na moda, os preços superbaixos das fast-fashion e o (seu) consumo.



Ontem eu vi um documentário que trouxe à tona muito mais do que ele dizia. Sob o nome "Escravidão na moda", o filme exibido no GNT.DOC trata de um projeto no qual três jovens noruegueses (média de 20 anos) teriam que passar alguns dias no Camboja vivendo como trabalhadores da indústria têxtil. A princípio eles não sabiam o que fariam lá.

Para contextualizar, o Camboja é um dos maiores centros têxteis de baixo custo no mundo. Produz para marcas como H&M e Mango. 

Um trabalhador cambojano ganha US$130 por mês e só de aluguel por um quarto sem cama e um banheiro que não é mais do que um buraco no chão mais luz e água esse trabalhador pagará US$50. A trabalhadora que participou do projeto tem 19 anos e contou que gasta com roupas pra ela de US$1 a US$2 a cada seis meses. Ela compra no mercado da cidade. Não pense em um mercado grande e vistoso, mas sim em um lugar pobre, sujo, com mercadorias usadas e muita coisa de pouca qualidade. 

Os jovens escolhidos eram grandes consumidores de moda: a blogueira mais importante da Noruega, um rapaz que compra mais do que pode usar e uma garota que mistura roupa de moda com roupa vintage.

No primeiro contato, tudo lhes pareceu mais leve do que realmente era. Tiveram a sensação de que mesmo com uma vida difícil, esses trabalhadores eram felizes, afinal de contas, eles já nasceram nessa vida, não é?

A surpresa veio após a visita a uma trabalhadora, entendendo como era a vida dela e descobrindo que teriam que viver como ela. Dormir na sua casa, acordar às 5h30 e trabalhar de 8h a 12h / dia sem parar. A única pausa é para o almoço. Come-se sentado no chão, uma comida que já está a algum tempo exposta ao tempo e às moscas. Os participantes tiveram nojo de tocar na comida, mas lhes pareceu uma ofensa não comer com os outros. Uma delas comentou que havia larvas no peixe.

Depois de um dia de trabalho, duas coisas foram bem marcantes: o fato de realizar uma única função (uma única costura, sempre a mesma, na roupa) e também ganhar somente US$3 por essas 12h de trabalho no calor escaldante, sem nenhum conforto.

Existem manifestações no Camboja pedindo que o salário aumente para US$160 para que os trabalhadores possam pelo menos se alimentar corretamente.

Após todas as provas, vemos uma mudança significativa de pensamento nos três jovens, principalmente após a conversa com a jovem cambojana que os acolheu: descobriram que ela queria ser médica, mas teve que deixar o colégio porque sua família não podia mantê-la estudando. A mãe morreu de fome quando ela ainda era um bebê e desde então ela e os irmãos foram criados pelo pai. Os trabalhadores não têm direitos, então consequentemente não têm descanso nem dinheiro para ter um pouco mais de qualidade de vida.

Para ver o documentário com legendas, clique aqui.

Pensando em tudo isso, chegamos a várias questões:

- a roupa super barata que compramos lá fora se deve unicamente à escravidão desses trabalhadores. Como as grandes fast-fashion pagam uma ninharia para essas pessoas, fica fácil cobrar 10 euros por uma peça. A gente reclama muito dos preços das roupas no Brasil, mas nunca questionamos o por quê de serem tão baratas na Europa.

- vem crescendo no mundo o fenômeno bespoke. Trata-se de ter uma peça ou acessório feito especialmente para você. Pode ser uma roupa, um sapato, uma joia. A questão é que cada elemento é feito a mão, com cuidado e totalmente pensado para ficar perfeito no seu corpo. Isso tem um preço, mas faz com que a peça seja única, o contrário do fast-fashion.

- toda essa conversa nos faz pensar também no consumo. Você já parou para pensar quanto gasta em roupas e acessórios por mês? Quando vai comprar algo, você pensa se realmente precisa daquilo ou se compra pelo hábito de comprar? Você tem peças esquecidas com etiqueta no seu guarda-roupa? Você usa suas peças com frequência, ou usa sempre as mesmas e deixa um monte de coisas esquecidas no fundo do armário? 

- você sabia que o dono da Zara é hoje o homem mais rico do mundo? Ele já fez parte de um escândalo de escravidão como o do vídeo. Agora eu pergunto: se ele é tão rico, dar condição de trabalho e vida para esses trabalhadores o faria menos rico?

Da próxima vez em que for comprar uma roupa em uma fast-fashion pense que o seu troco é mais do que um trabalhador cambojano ganha por 12h de trabalho. Isso tudo põe o consumo em perspectiva.


Para pensar hoje e na próxima ida ao shopping.

Até mais.

domingo, 1 de novembro de 2015

Joia de significado


Após a consagração das pulseiras de charms que chegaram ao Brasil pelas mãos da Swarovski (austríaca) e mais recentemente pela Pandora (holandesa), e viraram hit no país, a Vivara inova na maneira como você pode carregar os símbolos dos seus momentos mais importantes.

A marca acaba de lançar o colar Life Secrets, que é formado por uma cápsula de vidro e prata, dentro da qual você pode depositar pequenos secrets (os charms) formando infinitas combinações. Ainda pode ser acrescentado um aro com cristais ou uma base de madrepérola ou ágata para tornar seu colar ainda mais sofisticado. Uma bela corrente finaliza a peça.

Ótima opção para presentear, assim como para as mamães que querem sair do lugar-comum dos pingentes de bonequinhos. 

É o clássico renovado.


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Joelho ralado



A moda lá fora em se falando de jeans é a calça com um rasgo em cada joelho... e só. Sim, não precisa mais ter uma calça meticulosamente desgastada. Um único rasgo em cada joelho já te faz estar in na nova estação.







Já rasgou a sua?

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Chanel para o inverno 2016

Ah, Chanel... nenhuma maison causa tanto furor no mundo da moda como a grife francesa criada por Gabrielle Chanel no começo do século XX. Ano tras ano todos os olhares se voltam para a sua passarela, esperando para ver em primeira mão o que o Kaiser Karl Lagerfeld, com sua cabeça pululante de ideias, criou para a nova estação.

Eu me pergunto sempre se, caso Mademoiselle Chanel estivesse viva, aprovaria suas criações. Muitas delas se afastam da elegância que ela imaginou para a mulher do novo século; por outro lado, Gabrielle sempre pensou em conforto e praticidade, coisa que Karl consegue adiantando-se às tendências do street style. Não estaria ele seguindo os passos de Chanel?

Vejamos a seguir:

Chanel / Inverno 2016

O tailleur: Do veludo ao matelassado, passando pela transparência, a peça foi revisitada e reinterpretada de maneira moderna e antenada.






O vestido: Ah, o veludo... apareceu em várias peças como protagonista da coleção.




O brilho: Apostando nas festas de final de ano, a marca também lança peças com muito brilho em bordados e fios.




Volumes: camadas, bordados e balonês estão presentes em várias das peças da coleção com papel protagonista.






Em qual tendência você aposta?