Vocês devem ter lido a proposta acima e provavelmente agora estão se perguntando: o que o cavalo azarão pode ter a ver com a pequena e adorável menininha que queria ser miss? Eles, assim como suas famílias, têm muito a ver um com o outro.
O estalo me atingiu na semana passada. Coincidentemente eu havia visto um trecho de Seabiscuit há mais ou menos duas semanas atrás, e tinha me emocionado da mesma maneira pela milésima vez. Então na sexta -feira, o mesmo aconteceu com Pequena Miss Sunshine e de repente comecei a fazer paralelos entre os dois.
Para quem não conhece algum, ou mesmo os dois filmes, vou contar um pouquinho sobre o tema que tratam e em seguida mostro como estas duas histórias podem ser tão próximas.
Seabiscuit - Alma de Herói, conta a história de um cavalo (Biscuit), um jóquei de temperamento explosivo (Red Pollard), um treinador aposentado (Tom Smith) e um casal que recomeçava a vida após o marido (Charles Howard) ter perdido seu filho (do primeiro casamento) em um acidente de carro. O cenário é um Estados Unidos em crise profunda após a quebra da bolsa em 1929, o que deixou todo o país devastado pela desesperança.
A crise de 29 deixou milhões de desempregados pelo país e muitos perderam tudo o que tinham.
A história do filme começa em 1926, quando Howard perde seu filho, ainda criança em um acidente. A dificuldade de superar a perda leva a esposa a pedir o divórcio e tempos depois ele conhece Marcela Zabala, atriz que vivia em Tijuana e era cunhada de seu filho mais velho (estes dados não aparecem no filme). Marcela o encantou de imediato e em 1932 os dois se casaram. Howard encontrava diversão nas corridas de cavalos, que eram o que havia de mais emocionante naquela época e grandes estrelas de Hollywood também costumavam frequentar os jóquei clubs.
Após o casamento, e com interesse em cavalos, Howard decidiu que queria participar das grandes corridas não só como espectador, mas sim que queria ter cavalos na corrida. Seu objetivo era vencer o Santa Anita Handicap, que até então era o grande prêmio da época. Foi aí que ele começou a comprar os cavalos que ninguém queria, e então encontrou Seabiscuit, o cavalo mais arisco de que se tinha notícia.
Para criar e domar tal cavalo, duas coisas eram necessárias: um ótimo treinador, e um jóquei tão bom quanto. É aí que entram Tom Smith e Red Pollard, que foi um menino abandonado após o início da maior crise que os Estados Unidos já tinham visto até então. De temperamento difícil, Red viu em Seabiscuit alguém tão machucado quanto ele e a partir disso uma amizade tão grande e valiosa surgiu que criou dois campeões.
Com muito treinamento e carinho, todas essas pessoas puderam curar suas dores: Howard encontrou um rapaz a quem pôde dar seu amor de pai; Red e Tom, até então dois solitários encontraram uma nova família e Seabiscuit foi o elo que uniu todos eles.
O que torna o filme tão especial é que se trata de uma história real. Biscuit é um cavalo até hoje lembrado e um símbolo da esperança americana. Ele deixou de ser um cavalo difícil e indomável para se tornar um campeão. Lutou contra as adversidades (depois da corrida contra War Admiral - que até então era o campeão absoluto, Biscuit teve o tendão rompido e foi desenganado), e venceu.
Tom, Howard e Seabiscuit
Após o casamento, e com interesse em cavalos, Howard decidiu que queria participar das grandes corridas não só como espectador, mas sim que queria ter cavalos na corrida. Seu objetivo era vencer o Santa Anita Handicap, que até então era o grande prêmio da época. Foi aí que ele começou a comprar os cavalos que ninguém queria, e então encontrou Seabiscuit, o cavalo mais arisco de que se tinha notícia.
Seabiscuit e Red Pollard
Para criar e domar tal cavalo, duas coisas eram necessárias: um ótimo treinador, e um jóquei tão bom quanto. É aí que entram Tom Smith e Red Pollard, que foi um menino abandonado após o início da maior crise que os Estados Unidos já tinham visto até então. De temperamento difícil, Red viu em Seabiscuit alguém tão machucado quanto ele e a partir disso uma amizade tão grande e valiosa surgiu que criou dois campeões.
Seabiscuit e Red Pollard em Aguas Calientes, México, 1938
Com muito treinamento e carinho, todas essas pessoas puderam curar suas dores: Howard encontrou um rapaz a quem pôde dar seu amor de pai; Red e Tom, até então dois solitários encontraram uma nova família e Seabiscuit foi o elo que uniu todos eles.
Biscuit se tornou um herói nacional, um símbolo de esperança.
O que torna o filme tão especial é que se trata de uma história real. Biscuit é um cavalo até hoje lembrado e um símbolo da esperança americana. Ele deixou de ser um cavalo difícil e indomável para se tornar um campeão. Lutou contra as adversidades (depois da corrida contra War Admiral - que até então era o campeão absoluto, Biscuit teve o tendão rompido e foi desenganado), e venceu.
Abaixo, a cena da primeira corrida contra War Admiral, em Pimlico.
Aqui, a mesma corrida, na versão real.. Se observarem com calma, vão ver como a cena foi milimetricamente recriada no filme.
E esta é a corrida final em Santa Anita. Ela aconteceu pouco após a recuperação de Biscuit e também de Red, que havia sofrido um acidente (pode-se vê-lo na cama de hospital, na cena do filme logo acima) e havia sido, assim como Seabiscuit, desenganado pelos médicos. Contrariando qualquer previsão, aí abaixo temos os dois na pista. Assistam para saber o resultado!
Após o Santa Anita Handicap, Biscuit se aposentou, tornando-se o cavalo mais rentável do mundo e um mito nas pistas.
E é aí que entra a pequena Olive. Uma menininha que sonhava em ser miss e tinha uma família pra lá de complicada. Um irmão que se negava a falar; um pai que só pensava em trabalho; um tio gay, cujo trabalho de anos foi roubado e publicado por alguém que até então se dizia seu amigo; uma mãe cansada da vida de dona de casa e um avô, seu grande amigo e companheiro, que era quem mais dava atenção à pequena.
Quantas famílias não são assim, não é? Só que para eles tudo mudou quando a pequena Olive obteve a chance de participar de um concurso de miss infantil, o Pequena Miss Sunshine. Após uma discussão à mesa, que nos mostra todos os problemas da família logo no início do filme, fica decidido de que todos irão à Califórnia para que Oli possa participar do concurso.
Para isso, eles decidem ir em uma kombi - que acabou se tornando o grande símbolo do filme - e ali dentro, após 24h de viagem, a família se transforma, pois todos os dramas são discutidos e resolvidos naquele espaço compacto e quente.
Quando finalmente conseguem chegar à Califórnia, toda a família une suas forças para que Oli tenha a oportunidade de realizar seu sonho. A menina passa a simbolizar a esperança de que tudo pode dar certo, e mesmo que no meio do caminho a família tenha notado que a vitória era impossível para ela naquele concurso, para ela - e para eles - ela era a grande vitoriosa.
O vídeo abaixo é continuação da cena acima (desculpem, mas essa foi a melhor versão que encontrei). Olive vai se apresentar no palco com a dança que seu avô, que faleceu durante a viagem, ensinou a ela. É por isso que ela diz que o avô está no porta-malas.
No momento em que a família sobe ao palco, todos os problemas ficam para trás e eles redescobrem o prazer de ser isso mesmo: uma família.
Se quiserem aprender a dança, aqui vai um passo a passo:
Deixo então a sugestão de dois filmes divertidos, tocantes e inesquecíveis para quem ama cinema.
Divirtam-se!