terça-feira, 26 de junho de 2012

Radiola Moderna: Marissa Nadler

Queridos leitores e leitoras,

é com um orgulho imenso que hoje eu apresento a vocês mais um colunista que veio abrilhantar esta Radiola Moderna com seus conhecimentos musicais! 

Hoje é a estreia de Lucas Nascimento, mais um amigo querido, também músico como Leonardo Ramos e Humberto Teixeira. Aliás, o Lucas e o Humberto acabam de começar uma banda nova aqui em BH, a The Us, sobre a qual logo falaremos para vocês (mas não percam tempo e procurem por eles no Youtube!). Lucas é guitarrista na The Us e na banda Bertola e os Noctívagos, além de um grande compositor!

Vamos ver o que ele traz de novidade para a gente?


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Nascida em Washington, EUA (5 de abril de 1981), a cantora, desde cedo, teve contato com a arte, uma vez que a mãe era artista plástica (arte abstrata) e o irmão, guitarrista e escritor. Aprendeu a tocar violão com uma técnica muito peculiar: só usa o polegar e o dedo indicador, sendo que o polegar preenche o ritmo e o indicador oscila entre as cordas mais agudas. Esta técnica passou a ser aprimorada quando seu irmão foi para faculdade e deixou o violão em casa.

Marissa começou também a se dedicar a outras artes, como ilustração, pintura, encadernação, talha e pintura encáustica, sem deixar de lado as suas composições: gravou, na época, um álbum intitulado Autumn Rose, bem como um outro EP, que nunca foram liberados :(.

Não demorou muito para lançar seu primeiro trabalho oficial, o Ballads of living and dying, em 2004:






Não só seu violão e sua maravilhosa voz enobrecem o trabalho. As canções trazem um clima reconfortante, que vai adentrando o ambiente e se infiltra sorrateiramente, fazendo com que os ouvintes sejam totalmente abduzidos pela atmosfera bucólica e poética. São explorados, em sua lírica, temas por vezes sombrios e a maioria das letras são frutos de histórias e personagens fictícios, construídos pela cantora ou referentes a personagens de escritores românticos, como Annabelle Lee, de Edgar Allan Poe:




Annabelle Lee
It was many and many a year ago
In a kingdom by the sea
That a maiden there lived whom you may know
By the name of Annabelle Lee
And this maiden she lived with no other thought
Than to love and be loved by me

I was a child and she was a child
In this kingdom by the sea
But we loved with a love that was more than love
I and my Annabelle Lee
With a love that the winged seraphs of heaven
Coveted her and me
And this was the reason that, long ago
In this kingdom by the sea
A wind blew out of a cloud, chilling
My beautiful Annabelle Lee
So that her highborn kinsman came
And bore her away from me
To shut her up in a sepulcher
In this kingdom by the sea

It was many and many a year ago
In a kingdom by the sea
That a maiden there lived whom you may know
By the name of Annabelle Lee 

Mais tarde, em 2005, foi lançado o álbum The Saga of Mayflower May:







Mayflower May  foi declarado por ela como um alterego. A faixa Sylvia foi dedicada à escritora Sylvia Plath.

Muitos críticos descreveram seu trabalho como gótico ou funeral folk - uma nova vertente para o folk americano. Outros, ainda, disseram que sua belíssima voz (soprano), em tempos antigos, poderia facilmente atrair navegadores ao naufrágio.

Esse álbum expandiu seu trabalho ao Reino Unido, além de possibilitar o lançamento de algumas edições em Vinil.

Dois anos depois  (2007), chegou ao mercado o álbum Songs III: Bird on the Water:







Esse  disco, é repleto de canções inesquecíveis e inclui uma versão de Famous blue raincoat, de Leonard Cohen:




Além de Cohen, suas influências permeiam por Nina Simone, Tom Waits, Patti Smith, Fleetwood Mac, Joni Mitchell e Kate Bush.

Com esse disco ela definitivamente “chegou de voadora” e garantiu seu lugar entre os bons: ganhou prêmios como Melhor Artista Feminina do Ano e Melhor Álbum Americano do Ano. Ganhou também como a cantora e compositora do ano, em 2008, no Boston Music Awards, com três indicações.

Ainda em 2007, lançou um álbum promocional de compilações, que foi vendido durante sua turnê:





Após o Ivy and the Clovers - diga-se de passagem, dois anos bem esperados - lançou o Little Hells (2009):








Essa obra maravilhosa é recheada de grandes músicas. Nesse trabalho é possível ver um amadurecimento musical, tanto na questão instrumental, quanto na voz e produção do disco: um elemento pouco comum em suas músicas que se mostra mais presente é a adição de bateria em várias faixas.


Passados mais dois outros anos, ela lançou o álbum Marissa Nadler (2011):








Esse álbum - uma preciosidade - mostra seu lado pop, sem ofuscar a qualidade de seu trabalho, trabalho este que foi se enriquecendo muito ao longo da carreira.

Em 2012, último abril, lançou o álbum The Sister, anunciado desde 2011. The Sister é uma obra complementar ao lançamento anterior: outra preciosidade, impecável, com músicas maravilhosas e muito bem produzidas.






Com toda essa bagagem, Marissa hoje dedica-se à turnê que apresenta este último álbum e, inquestionavelmente, merece o caminho que está trilhando.

Como fã, torço para que o sucesso seja mundial e, quem sabe um dia, ela receba convites para se apresentar no Brasil. Espero que tenham apreciado e conhecido um pouco do trabalho da sensacional Marissa Nadler.

Abraços e até o próximo Radiola Moderna.

Lucas Nascimento
Lucas nascimento é músico, compositor, escritor e guitarrista das bandas Bertola & os Noctívagos e da banda The Us.


Fontes:

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