Queridos leitores e leitoras,
é com um orgulho imenso que hoje eu apresento a vocês mais um colunista que veio abrilhantar esta Radiola Moderna com seus conhecimentos musicais!
Hoje é a estreia de Lucas Nascimento, mais um amigo querido, também músico como Leonardo Ramos e Humberto Teixeira. Aliás, o Lucas e o Humberto acabam de começar uma banda nova aqui em BH, a The Us, sobre a qual logo falaremos para vocês (mas não percam tempo e procurem por eles no Youtube!). Lucas é guitarrista na The Us e na banda Bertola e os Noctívagos, além de um grande compositor!
Vamos ver o que ele traz de novidade para a gente?
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Nascida em Washington, EUA (5
de abril de 1981), a cantora, desde cedo, teve contato com a arte, uma vez que
a mãe era artista plástica (arte abstrata) e o irmão, guitarrista e escritor.
Aprendeu a tocar violão com uma técnica muito peculiar: só usa o polegar e o
dedo indicador, sendo que o polegar preenche o ritmo e o indicador oscila entre
as cordas mais agudas. Esta técnica passou a ser aprimorada quando seu irmão
foi para faculdade e deixou o violão em casa.
Marissa começou também a se
dedicar a outras artes, como ilustração, pintura, encadernação, talha e pintura
encáustica, sem deixar de lado as suas composições: gravou, na época, um álbum intitulado Autumn Rose, bem como um outro EP, que nunca foram liberados :(.
Não demorou
muito para lançar seu primeiro trabalho oficial, o Ballads of living and dying,
em 2004:
Não só seu violão e sua
maravilhosa voz enobrecem o trabalho. As canções trazem um clima reconfortante,
que vai adentrando o ambiente e se infiltra sorrateiramente, fazendo com que os
ouvintes sejam totalmente abduzidos pela atmosfera bucólica e poética. São
explorados, em sua lírica, temas por vezes sombrios e a maioria das letras são
frutos de histórias e personagens fictícios, construídos pela cantora ou
referentes a personagens de escritores românticos, como Annabelle Lee, de Edgar Allan
Poe:
Annabelle Lee
It was many and many a year ago
In a kingdom by the sea
That a maiden there lived whom you may know
By the name of Annabelle Lee
And this maiden she lived with no other thought
Than to love and be loved by me
I was a child and she was a child
In this kingdom by the sea
But we loved with a love that was more than love
I and my Annabelle Lee
With a love that the winged seraphs of heaven
Coveted her and me
And this was the reason that, long ago
In this kingdom by the sea
A wind blew out of a cloud, chilling
My beautiful Annabelle Lee
So that her highborn kinsman came
And bore her away from me
To shut her up in a sepulcher
In this kingdom by the sea
It was many and many a year ago
In a kingdom by the sea
That a maiden there lived whom you may know
By the name of Annabelle Lee
In a kingdom by the sea
That a maiden there lived whom you may know
By the name of Annabelle Lee
And this maiden she lived with no other thought
Than to love and be loved by me
I was a child and she was a child
In this kingdom by the sea
But we loved with a love that was more than love
I and my Annabelle Lee
With a love that the winged seraphs of heaven
Coveted her and me
And this was the reason that, long ago
In this kingdom by the sea
A wind blew out of a cloud, chilling
My beautiful Annabelle Lee
So that her highborn kinsman came
And bore her away from me
To shut her up in a sepulcher
In this kingdom by the sea
It was many and many a year ago
In a kingdom by the sea
That a maiden there lived whom you may know
By the name of Annabelle Lee
Mayflower May foi
declarado por ela como um alterego. A faixa Sylvia
foi dedicada à escritora Sylvia Plath.
Muitos críticos descreveram seu trabalho como gótico ou funeral folk - uma nova vertente para o
folk americano. Outros, ainda, disseram que sua belíssima voz (soprano), em
tempos antigos, poderia facilmente atrair navegadores ao naufrágio.
Esse álbum expandiu seu trabalho ao Reino Unido, além de
possibilitar o lançamento de algumas edições em Vinil.
Esse disco, é repleto
de canções inesquecíveis e inclui uma versão de Famous blue raincoat, de Leonard Cohen:
Além de Cohen, suas influências permeiam por Nina Simone, Tom Waits, Patti Smith, Fleetwood Mac, Joni Mitchell e Kate Bush.
Com esse disco ela definitivamente “chegou de voadora” e
garantiu seu lugar entre os bons: ganhou prêmios como Melhor Artista Feminina do Ano e Melhor Álbum Americano do Ano. Ganhou
também como a cantora e compositora do ano, em 2008, no Boston Music Awards, com três indicações.
Ainda em 2007, lançou um álbum
promocional de compilações, que foi vendido durante sua turnê:
Após o Ivy and the Clovers - diga-se de passagem, dois anos bem esperados - lançou
o Little Hells (2009):
Essa obra maravilhosa é
recheada de grandes músicas. Nesse trabalho é possível ver um amadurecimento
musical, tanto na questão instrumental, quanto na voz e produção do disco: um
elemento pouco comum em suas músicas que se mostra mais presente é a adição de
bateria em várias faixas.
Esse álbum - uma preciosidade -
mostra seu lado pop, sem ofuscar a qualidade de seu trabalho, trabalho este que
foi se enriquecendo muito ao longo da carreira.
Em 2012, último abril, lançou o
álbum The Sister, anunciado desde
2011. The Sister é uma obra
complementar ao lançamento anterior: outra preciosidade, impecável, com músicas
maravilhosas e muito bem produzidas.
Com toda essa bagagem, Marissa
hoje dedica-se à turnê que apresenta este último álbum e, inquestionavelmente,
merece o caminho que está trilhando.
Como fã, torço para que o
sucesso seja mundial e, quem sabe um dia, ela receba convites para se
apresentar no Brasil. Espero que tenham apreciado e conhecido um pouco do
trabalho da sensacional Marissa Nadler.
Abraços e até o próximo Radiola
Moderna.
Lucas Nascimento
Lucas
nascimento é músico, compositor, escritor e guitarrista das bandas Bertola
& os Noctívagos e da banda The Us.
Fontes:
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