sexta-feira, 18 de maio de 2012

Adiós, maestro: morre Carlos Fuentes

Carlos Fuentes
(11/11/1928 - 15/5/2012)

Na última terça-feira o mundo perdeu um dos seus grandes pensadores. O presidente Felipe Calderón anunciou pela manhã a morte do grande escritor Carlos Fuentes, no Hospital Angeles, na Cidade do México. Diria que a perda foi ainda maior para o México e a América Latina, pois Carlos Fuentes foi um dos grandes estudiosos dessas culturas, além de um homem preocupado com o papel dos países do terceiro mundo na política e economia mundial.

Carlos Fuentes nasceu em 11 de novembro de 1928, no Panamá. Filho de diplomatas, viajou e conheceu a América Latina durante a infância, retornando ao México na adolescência. Durante a vida adulta, foi embaixador do México na França de 1975 a 1977, lecionou em Havard, Cambridge, Princeton e ainda em outras universidades norte-americanas. Logo voltou ao México, aonde viveu até sua morte, salvo alguns períodos do ano em que ia para a Inglaterra. Ele dizia ser um lugar muito chato, ideal para trabalhar. Talvez por ter conhecido tanto do continente em que vivia, principalmente os opostos entre o sul e o norte, Fuentes se interessou pela política e tratou do tema por toda a sua vida de escritor. Seus romances retratavam as raízes históricas e sociais das Américas, traçando um retrato muito realista do povo latino.

Fuentes dedicou maior atenção ao México, sua pátria, relembrando e analisando os conflitos e massacres sofridos por seu povo desde a descoberta do país por Hernán Cortez até os dias de hoje, quando sofre pela incompetência e corrupção do governo. 

Sua visão realista e genial foi premiada com algumas das maiores honrarias da literatura mundial, entre elas o Prêmio Nacional de Literatura (o mais importante do México) ; Prêmio Miguel de Cervantes (o mais importante da literatura em espanhol) ; Prêmio Príncipe de Astúrias (Espanha) e a Medalha Picasso, da Unesco, entre muitos outros.

Carlos Fuentes também escreveu inúmeros romances, igualmente cheios de identidade cultural mexicana e raízes latinas. Deixa 20 livros, vinte preciosidades.


"No existe la libertad, sino la búsqueda de la libertad, y esa búsqueda es la que nos hace libres." 
Carlos Fuentes.

O México - e por quê não, a América Latina? - agora se encontra órfão de um de seus maiores defensores. Após a morte de Octavio Paz em 1998, poucos homens restaram com tal caráter e pensamento criativo e político. 

Morre o escritor, nasce uma lenda.




Bibliografia:

  • Los días enmascarados, 1954.
  • La región más transparente, 1958.
  • Las buenas conciencias 1959
  • Aura, 1962
  • A morte de Artemio Cruz (La muerte de Artemio Cruz, 1962)
  • Cantar de ciegos, 1964.
  • Zona Sagrada, 1967.
  • Cambio de piel, 1967.
  • Cumpleaños, 1969.
  • La nueva novela hispanoamericana, 1969.
  • El mundo de José Luis Cuevas, 1969.
  • Todos los gatos son pardos, 1970.
  • El tuerto es rey, 1970.
  • Casa con dos puertas, 1970.
  • Tiempo mexicano, 1971.
  • Los reinos originario teatro hispano-mexicano, 1971.
  • Cuerpos y ofrendas,1972.
  • Terra Nostra, 1975.
  • Cervantes o la crítica de la lectura, 1976.
  • La cabeza de la hidra, 1978.
  • Una familia lejana, 1980.
  • Agua quemada, 1981.
  • Orquídeas a la luz de la luna, 1982.
  • Gringo Velho (Gringo Viejo, 1985), famoso pela adaptação cinematográfica Old Gringo.
  • Cristóbal Nonato, 1987.
  • Constancia y otras novelas para vírgenes,1990.
  • Valiente mundo nuevo, 1990.
  • A Campanha (La campaña, 1990)
  • Ceremonias del alba, 1990.
  • O espelho enterrado (El espejo enterrado, 1992)
  • El naranjo o los círculos del tiempo, 1993.
  • Diana o la Cazadora Solitaria , 1996.


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